domingo, 22 de dezembro de 2019

Onde está o seu barco?

Um navio está seguro no porto, mas não é para isso que os navios foram feitos... William Shedd

Onde está o seu barco?
Isi Golfetto
Não tenha medo do fracasso, dos riscos, dos obstáculos.  Eles estarão sempre por perto. Mas acredite... não foi para falhar que você foi feito. Isi Golfetto
A maioria de nós possui navios fascinantes, outros possuem barcos impressionantes... ou seja, belas metáforas se as compararmos com os talentos, habilidades, sonhos e objetivos que cada um de nós temos em nossa vida.
Contudo, os resultados que vamos obter dos nossos projetos e ideais dependem da capacidade de acreditarmos em nosso potencial e das nossas ações em direção ao que pretendemos alcançar.
Você já reparou como uma boa parte das pessoas fica apenas 'amarrada ao porto' com seus talentos, sonhos, objetivos... assistindo pacificamente aos 'aventureiros' que deixam o conforto do porto e a estabilidade e segurança do seu espaço e partem em busca de grandes aventuras, lugares exóticos... alguns deles velejando lentamente, outros se distanciando em alta velocidade... enquanto aqueles ficam batendo na esteira e balançando no cais?
O que os impede de partirem para o mar?
Será o medo de enfrentar as tempestades, as grandes ondas? Será o medo de falhar ou de ser avaliado? Será o hábito de concentrar-se mais nas coisas que podem dar errado?
Sem dúvida, para muitas pessoas esses sentimentos as impedem de deixarem a segurança do porto sem se dar conta de que o porto é apenas um lugar para se abastecer. A oportunidade de aprender a confiar em si mesmo, a possibilidade de crescer, de vencer os medos e de superação está exatamente em enfrentar as dificuldades...
Certa vez eu li: Às vezes Deus acalma o mar... outras vezes Ele acalma o marinheiro... mas em determinadas ocasiões você aprende a nadar. Nada mais verdadeiro.
Cada um de nós tem habilidades, tem um propósito, um ideal, um sonho e uma única vida... Ficar no porto amarrado... ancorado... definitivamente não é a finalidade da sua vida, nem da minha. A vida honra os movimentos ousados, com atitudes prudentes e riscos calculados.
Que atitudes ou ações podem inspirar os desbravadores dos mares, os conquistadores de sonhos a avançarem mar adentro em direção as suas metas?
1. O desejo de conquistar. Longe de se imaginar preso ao porto, sem desafios, contentando-se com menos do que poderia ter, o conquistador tem seu desejo impulsionado pelo ânimo, pela motivação e determinação.
2. Persistência. Os ventos podem até mudar a direção, mas não a sua decisão. O conquistador enfrenta os desafios, refaz a sua rota quando precisar, mas jamais abandona seus sonhos. Eles são a sua bússola, eles indicam o caminho a seguir.
3. Autoconfiança. O medo de mudar é uma âncora que impede o ser de navegar pelo mar da vida. Por isso o conquistador tem que confiar em si, em seus sonhos, pensar positivamente. E esse pensar positivo significa estar ciente de que o simples fato de acreditar não garante que irá conseguir o que quer, mas vai desafiá-lo a continuar, a perseguir seu ideal, a encontrar soluções para alcançar seus objetivos.
Onde está o seu barco? 
Você e eu não fomos feitos para ficarmos à beira do cais contemplando os navios e barcos ganharem o mar. Vamos tirar a âncora que nos prende e começar a velejar... não importa se lentamente ou em alta velocidade... o importante é partir... e boa viagem a todos nós! 
Quem sabe nos encontraremos em algum porto para reabastecermos e contarmos as novidades das nossas aventuras!!!
Um grande e forte abraço.


Isi Golfetto


terça-feira, 12 de novembro de 2019

Relacionamentos: Lealdade ou fidelidade?


Lealdade é uma virtude composta por valores existentes em cada ser humano, mas nem todo ser tem intrínseca essa virtude. Muitos acreditam que para uma pessoa ser leal é necessário que acredite que seus sentimentos são reais e verdadeiros.

Então se uma pessoa e leal ela é fiel? A fidelidade tem algo haver com lealdade?

Os casais na atualidade tendem muito a querer essa tal fidelidade, entretanto a fidelidade parte do princípio de um dever moral, uma obrigação, um compromisso, quase um contrato. Já a lealdade é muito mais que isso, está relacionada a valores, sinceridade, vínculo afetivo. Em suma, enquanto o leal não trai por valores emocionais o fiel não trai por valores morais.

O leal é uma questão mais voltada à maturidade emocional, enquanto o fiel apenas quer cumprir as regras e os costumes, na exatidão de suas promessas, situação que o leal não está muito conectado a essas regras, pois seus princípios vão além das regras. A lealdade está na confiança construída das relações interpessoais.

Talvez o que muitos esperam de uma relação quer seja, conjugal, fraternal ou mesmo na relação de amizade, é a junção destes dois preceitos lealdade e fidelidade, mas antes de tudo é sempre bom uma auto-analise. Será que você está sendo leal e fiel a você?

Juntamente com a lealdade estão os sonhos e a esperança compartilhados. Toda relação parte do pressuposto da criação de um vínculo afetivo, é esse “jogo de emoções” que permeia qualquer relacionamento.

Quando a pessoa consegue ser leal as suas verdades e fiel as suas convicções, tem a possibilidade também de transmitir esse sentimento ao outro.

Em seus mais profundos versos abaixo citados, Vinícius de Morais declara o verdadeiro sentido da fidelidade, esta que exige um amor atento, vivenciado com a força do sorrir ao derramar do pranto essa tal fidelidade rodeada de tanta angústia e sofrer, porém tem em sua infinitude uma duração.

Talvez seja isso, a fidelidade é infinita enquanto dura a fidelidade. Enquanto a lealdade é eternamente eterna.

Para ter um companheiro leal e fiel é sempre bom analisar seu caráter, sem esquecer que ninguém é infalível e pequenos deslizas podem existir.

Soneto de Fidelidade
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinícius de Morais**
site www.psicologiaemanalise.com.br/

terça-feira, 15 de outubro de 2019

Dia dos Professores

HOJE DIA 15 DE OUTUBRO DIA DOS  PROFESSORES 
Hoje é um dia especial, porque é a data em que comemoramos o Dia dos Professores. Como todos sabemos, ser professor é uma tarefa muito nobre, mas, igualmente, muito árdua, por todos os percalços que existem. Nos tempos atuais, a importância do professor se mostra ainda mais necessária, porque vemos diariamente o aumento da criminalidade, da violência doméstica, contra mulheres, crianças e idosos, do avanço da corrupção sobre os bons costumes e da inversão de valores éticos e morais.
Com certeza, os problemas citados acima seriam bem menores se nossos governantes valorizassem os professores como de fato merecem, pois são eles que formam as gerações, são os professores que cultivam as pilastras da ciência, são os professores que promovem e incentivam os conceitos sobre ética, família, honestidade e honradez, são os professores que auxiliam as famílias, quando assumem a missão de indicar bons caminhos para as crianças, jovens e adultos que frequentam a escola. Isto tudo mostra a importância desses profissionais.
No Brasil, a ideia de comemorar o Dia dos Professores está relacionada com a data em que D. Pedro I assinou um decreto, em 1827, determinando que, a partir daquela data, todas as cidades, vilas e lugarejos tivessem suas escolas de “Primeiras Letras”. A iniciativa do monarca certamente foi um marco na história desta brilhante profissão. A escola é fundamental para garantir a soberania de uma nação, para garantir o avanço da ciência e para garantir que as futuras gerações tenham condições de dar continuidade aos destinos do país. A escola é um local de convivência harmônica, em que os professores passam informações que consolidam a formação do indivíduo. Em todos os países onde os professores são tratados com respeito e com dignidade pelos governantes, o progresso é garantido e a ciência é referência.
Importante lembrar que a data oficial em que comemoramos o Dia dos Professores é 15 de outubro, mas as homenagens devem ser diárias, porque nosso país depende da atuação de nossos professores para crescer. O médico, o Engenheiro, o Advogado, o Juiz, o Mestre de Obras, o Jornalista, o Eletricista e inúmeras outras profissões somente atingem o sucesso porque esses profissionais tiveram professores em sua vida. Para compreender a cultura, a ciência, a arte, a política e outras áreas do conhecimento somente é possível quando temos professores que nos orientam.
Por este e outros motivos, Tribuna Popular registra, nesta data, a homenagem a todas as professoras e todos os professores do Brasil, desejando que nossos governantes e que nossos alunos saibam valorizar, cada vez mais, o trabalho desses profissionais, sem os quais a nação brasileira teria muito mais problemas.
Parabéns professora, parabéns professor do nosso país!!!

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Chegada da primavera










” Primavera é quando, num pedacinho da Terra, as flores se abrem,o sol fica mais forte e a vida fica mais alegre.Quando, num canto da Terra, se faz primavera, nos outros cantos se faz verão, inverno e outono
Das quatro estações, a primavera é a mais bonita, porque colore a terra,
perfuma o ar e contagia os corações sensíveis com sua alegria.
A primavera é uma boa época para renovar o espírito, assim como as flores se
renovam.
E de colher os frutos e semear a terra.
Semear a terra sempre, pois isso significa mantê-la sempre fértil.E de terra fértil, sempre brota a vida.

Bom seria se a primavera acontecesse o tempo todo, em todos os corações
humanos… florescendo, enfim, na forma de atos, palavras e pensamentos,
sempre positivos…
se cada ser vivente, fosse como uma flor, bela, pura e
cheirosa, toda a Terra viveria uma eterna primavera…
Depende de cada um, fazer do próprio coração, a terra…
semeá-lo e cuidá-lo, para cultivar o espírito da primavera, todo o tempo… em qualquer estação…"


Manoel Bandeira

Viver


Cada qual de nós, seja onde for, está sempre construindo a vida que deseja.
Existência é a soma de tudo o que fizemos de nós até hoje.
Toda melhoria que realizarmos em nós, é melhoria na estrada que somos chamados a percorrer.
Toda ideia que você venha a aceitar influenciará seu espírito; escolha os pensamentos do bem para orientar-lhe o caminho e o bem transformará sua vida numa cachoeira de bênçãos.
Se você cometeu algum erro não se detenha para lamentar-se; raciocine sobre o assunto e retifique a falha havida porque somente assim, a existência lhe converterá o erro em lição.
Muito difícil viver bem se não aprendemos a conviver.
A vida por fora de nós é a imagem daquilo que somos por dentro.
Viver é lei da natureza, mas a vida pessoal é a obra de cada um
Toda vez que criticamos a experiência dos outros, estamos apontando em nós mesmos os pontos fracos que precisamos emendar em nossas próprias experiências.
Seu ideal é o seu caminho, tanto quanto seu trabalho é você.


quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Sinto




"Sinto-me como uma semente no meio do inverno, sabendo que a primavera se aproxima.
O broto romperá a casca e a vida que ainda dorme em mim haverá de subir para a superfície, quando for chamada.
É no silêncio que as coisas tomam forma, e existe momentos em nossas vidas que tudo que devemos fazer é esperar.
Dentro de cada um, no mais profundo no ser, está uma força que vê e escuta aquilo que não podemos ainda perceber.
Tudo o que somos hoje nasceu daquele silêncio de ontem. Somos muito mais capazes do que pensamos.
Há momentos em que a única maneira de aprender é não tomar qualquer iniciativa, não fazer nada. Porque, mesmo nos momentos de total inação, esta nossa parte secreta está trabalhando e aprendendo.
Quando o conhecimento oculto na alma se manifesta, ficamos surpresos conosco mesmos, e nossos pensamentos de inverno se transformam em flores, que cantam canções nunca antes sonhadas."
[Kahlil Gibran]

Músicas expressam sentimentos.


Setembro Amarelo

Setembro ganha um cor especial em valorização à vida. O amarelo ilumina o mês e alerta sobre a importância da saúde mental e faz com que instituições se mobilizem na ação.
Assim, pessoas, coletivos, entidades, órgãos de saúde e a sociedade em geral recebe o alerta e têm a chance de participar de ações que deixam mais evidente a necessidade de falar sobre o suicídio e a saúde mental.

sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Não deixe suas panelas brilharem mais do que você


Não deixe suas panelas brilharem mais do que você!!!!
Não leve a faxina ou o trabalho tão a sério!
Pense que a camada de pó vai proteger a madeira que está por baixo dela!
Uma casa só vai virar um lar quando você for capaz de escrever “Eu te amo” sobre os móveis!
Antigamente eu gastava no mínimo 8 horas por semana para manter tudo bem limpo, caso “alguém aparecesse para visitar” – mas depois descobri que ninguém passa “por acaso” para visitar – todos estão muito ocupados passeando, se divertindo e aproveitando a vida!
E agora, se alguém aparecer de repente?
Não tenho que explicar a situação da minha casa a ninguém…
…as pessoas não estão interessadas em saber o que eu fiquei fazendo o dia todo enquanto elas passeavam, se divertiam e aproveitavam a vida…
Caso você ainda não tenha percebido: A VIDA É CURTA… APROVEITE-A!!! Tire o pó… se precisar…

Mas não seria melhor pintar um quadro ou escrever uma carta, dar um passeio ou visitar um amigo, assar um bolo e lamber a colher suja de massa, plantar e regar umas sementinhas?
Pese muito bem a diferença entre QUERER e PRECISAR !

Tire o pó… se precisar…

Mas você não terá muito tempo livre…
Para beber champanhe, nadar na praia (ou na piscina), escalar montanhas, brincar com os cachorros, ouvir música e ler livros, cultivar os amigos e aproveitar a vida!!! Tire o pó… se precisar…

Mas a vida continua lá fora, o sol iluminando os olhos, o vento agitando os cabelos, um floco de neve, as gotas da chuva caindo mansamente….
- Pense bem, este dia não voltará jamais!!! Tire o pó… se precisar…

mas não se esqueça que você vai envelhecer e muita coisa não será mais tão fácil de fazer como agora…
E quando você partir, como todos nós partiremos um dia, também vai virar pó!!!
Ninguém vai se lembrar de quantas contas você pagou, nem de sua casa tão limpinha, mas vão se lembrar de sua amizade, de sua alegria e do que você ensinou.

AFINAL: “Não é o que você juntou, e sim o que você espalhou que reflete como você viveu a sua vida.” (Autor desc.)

AGOSTO BEM VINDO!





Com o tempo, você compreende que por mais que haja momentos tristes, não significam que será assim sempre. Mesmo que um determinado mês marque sua vida, mesmo que você comece a temer ele sempre, e pense que “Ele” sempre será triste. Mesmo assim, viva ele, tenha fé que ele será bom. Peça a Deus força em cada dia. Alegrias em cada manhã, amor e tranquilidade em cada fim de tarde, e assim, ao final de seu dia, que à noite seja linda como as estrelas. Hoje é Agosto, mas não será o mês do desgosto”.

segunda-feira, 1 de julho de 2019

JULHO 2019

UM BRINDE AO MÊS DE JULHO
Julho, bem-vindo! Que este seja um mês de muitas alegrias, muita luz e muita renovação. Hoje começa a segunda metade do ano, e eu torço para que seja ainda mais produtivo, abençoado, leve e agradável. Que diariamente nós estejamos dispostos a não somente esperar por um mês melhor, mas nos esforcemos para que ele seja.

sábado, 1 de junho de 2019

A vida é aprender a conviver com uns e sobreviver sem outros


A vida é como uma viagem de trem, com suas estações e mudanças de pista, alguns acidentes, surpresas agradáveis em alguns casos e tristezas profundas em outros …
Quando nascemos, pegamos o trem e conhecemos nossos pais, acreditamos que eles sempre viajarão ao nosso lado, mas eles vão sair em alguma estação e continuaremos a viagem. De repente nos encontraremos sem sua companhia e amor insubstituível.
No entanto, muitas outras pessoas especiais e significativas estarão no caminho da nossa vida: nossos irmãos, amigos e em algum momento, nossa cara metade …
Alguns tomarão o trem para descer na próxima estação e eles passarão despercebidos, nem sequer notamos que eles desocuparam seus assentos. Outros vão amargurar a viagem, como aqueles parceiros irritantes que queremos sair o mais rápido possível.
Outros, ao descerem, deixarão um vazio definitivo … E até verão que alguns, embora sejam pessoas que você ama, ficarão em carros diferentes dos nossos … Durante toda a jornada eles permanecerão separados, a menos que decidamos nos aproximar deles e nos sentarmos. a seu lado. De fato, se realmente nos importamos, é melhor corrermos para fazer isso antes que outra pessoa chegue e assuma essa posição.
A jornada continua cheia de desafios, sonhos, fantasias, alegrias, tristezas, esperas e despedidas …
No entanto, é importante manter um bom relacionamento com todos os passageiros, procurando em cada um o melhor que eles têm para oferecer.
Com o tempo, precisamos aprender a conviver com alguns e sobreviver sem os outros. Temos de aprender a lidar com as pessoas que não queremos ter ao nosso lado e também devemos avançar, apesar das perdas e da dor.
Quando você não pode coexistir com pessoas que te incomodam …
Ao longo da vida, encontraremos muitas pessoas que não compartilham nossos valores e pontos de vista. Essas são pessoas que podem ser profundamente egoístas, manipuladoras ou mesmo totalmente tóxicas. No entanto, ficar com raiva não vai ajudar. Pelo contrário, isso vai nos prejudicar.
Precisamos aprender a viver com essas pessoas sem afetar nosso equilíbrio emocional. Nós não podemos mudar de lugar toda vez que uma pessoa faz algo que nos incomoda. Se o fizermos, vamos acabar correndo de um carro para outro no caminho de nossas vidas, perdenemente oprimidos e com raiva.
De fato, um dos maiores ensinamentos da vida é precisamente aprender a lidar com as pessoas que nos incomodam. Com o passar do tempo, não apenas nos tornamos pessoas mais tolerantes, mas também aprendemos a nos concentrar nos aspectos positivos daqueles que nos rodeiam. Não se trata de sofrer passivamente, mas de se tornar mais sábio e mais equilibrado.
Com o passar do tempo, entendemos que outras pessoas cometem erros e são imperfeitas, como nós, e aprendemos a nos concentrar nos pontos em comum e não nas diferenças. Assim tudo fica mais fácil.
Quando você não pode sobreviver sem as pessoas…
Há pessoas que gostaríamos de ter sempre ao nosso lado. Infelizmente, isso quase nunca acontece. Todo mundo tem sua própria estação e devemos aprender a deixá-las ir. É difícil, mas se não curarmos essa ferida, ela permanecerá continuamente aberta. Desta forma, não permitiremos que outras pessoas fantásticas se aproximem, pois cada vez que o fizerem, a ferida supurante arderá e nós recuaremos.
Essas novas pessoas não vão tomar o lugar daqueles que nos deixaram. Temos muito espaço em nossos corações para armazenar memórias e criar novos laços. Nós apenas temos que aprender a deixar ir e praticar o desapego um pouco mais. Se ficarmos presos nessa dor, o trem da vida continuará enquanto perdemos as belas paisagens e a companhia dos viajantes.
De fato, o grande mistério é que não sabemos em que época devemos viajar, e trancados nessa dor, podemos perder tudo o que temos para oferecer às pessoas que continuam ao nosso lado. Quando não podemos deixar ir aqueles que nos abandonaram, seja por nossa própria decisão ou por razões de vida, nossa viagem perderá seu significado e não valerá a pena.
Portanto, vamos fazer essa viagem contar. Não devemos apenas nos esforçar para criar boas lembranças para aqueles que estão ao nosso lado, mas também para nos fornecer boas lembranças. Tenha sempre em mente que há outra estação além, e você não sabe quando será a última. Portanto, aproveite cada momento da viagem.

Fonte indicada: Rincon de la Psicología

segunda-feira, 20 de maio de 2019

Jânio Quadros

Polêmico, misterioso, revolucionário, culto, imprevisível, autoritário, estadista, populista, direitista, reacionário e louco. Estas e outras facetas do ex-presidente Jânio Quadros, que era também dado a porres homéricos, serão lembradas e acentuadas ao longo deste ano, na passagem do centenário do político mais controvertido que o Brasil conheceu. Várias reportagens especiais serão feitas e muitos livros sobre sua vida e sua trajetória política serão lançados e relançados.
Orador teatral, Jânio Quadros despertava empatia e envolvia as massas. Mestre em português, geografia e história. A imprensa e as lideranças políticas de seu tempo tentaram pintá-lo com tintas caricaturais. Ele estava pouco se lixando para os que procuram ridicularizá-lo como uma personagem folclórica da política nacional.
Jânio Quadros, pelo contrário, até dava munição aos adversários. Em comícios, ele jogava pó sobre os ombros para simular caspa, de modo a parecer um "homem do povo". Também tirava do bolso sanduíches de mortadela e os comia em público. 
No poder, proibiu as brigas de galo e o uso de lança-perfume, criando polêmicas com questões menores, que o mantinham sempre em evidência, como um presidente preocupado com o dia a dia do brasileiro.
Por trás daquela figura exótica de homem público, estava um político astuto, austero e arrojado. Um governante que sabia exercer o poder em sua plenitude. Além disso, o homem culto, poliglota, que escrevia e falava fluentemente em inglês, francês, espanhol e italiano. Viajou o mundo todo.
Mais do que qualquer outro político brasileiro, conheceu e gozou da amizade ou do relacionamento com os maiores estadistas e governantes de sua geração; de John Kennedy a Krustchev; de Churchill à rainha Elizabete II; de Fidel Castro a Kadafi; de Nasser a Golda Meir; de De Gaulle a Miterrand; de Salazar a Franco; de Pio XII a João Paulo II.
Nasceu com a Revolução
Jânio da Silva Quadros tinha tudo para ser explosivo. Ele nasceu em Campo Grande, no Mato Grosso, em 25 de janeiro de 1917, ano de gigantescas turbulências pelo mundo, a maior delas a implosão da Revolução Russa. Foi criado em Curitiba, onde fez o ensino básico. Mudou-se ainda jovem para São Paulo.
Foi professor e advogado, antes de se tornar político, em 1947, quando assumiu o mandato de vereador de São Paulo, pelo Partido Democrata Cristão (PDC), tendo por base eleitoral o operariado do bairro Vila Maria. 
Desempenhou o mandato até 1950 e ficou conhecido como o maior autor de proposições, projetos de lei e discursos de todas as casas legislativas do país no período, assinando ainda a grande maioria das propostas e projetos considerados favoráveis à classe trabalhadora. 
A seguir, foi consagrado como o deputado estadual mais votado, com mandato entre 1951 e 1953. Na sequência, elegeu-se prefeito do município de São Paulo, o que caracterizou uma grande façanha, pois enfrentou um enorme arco de partidos, assim composto: PSP-PSD-UDN-PTB-PRP-PR-PL.
Essa poderosa coligação registrou a candidatura do professor Francisco Antonio Cardoso, que tinha uma campanha milionária, com uma enxurrada de material de propaganda e com apoio ostensivo das máquinas municipal e estadual. 
De outro lado, o PDC e o PSB lançam Jânio Quadros, com poucos recursos financeiros. E ele começou tirando partido da situação. Sua campanha foi chamada de o ‘tostão contra o milhão’. Exerceu a função de 1953 a 1955, licenciando-se do cargo em 1954, para concorrer ao Governo do Estado.
Após deixar o PDC e filiar-se ao Partido Trabalhista Nacional (PTN), foi candidato da aliança PTN-PSB a governador de São Paulo e venceu o pleito.
Ele derrotou o favorito Ademar de Barros (um de seus maiores rivais políticos) por uma pequena margem de votos, de cerca de 1%. Sua gestão foi entre 1955 e 1959. 
Durante o mandato, procurou executar ações que passassem uma imagem de moralização da administração pública e de combate à corrupção. Era comum ele fazer visitas de surpresa às repartições públicas, a fim de verificar a qualidade do serviço oferecido à população. 
Também adotou uma ação empreendedora que buscava destaque e projeção, seja na criação de novos serviços e órgãos ou na construção de grandes obras. Assim, angariou grande popularidade e se consagrou como um líder entre os paulistas.
O salto para o Planalto
Com a popularidade em alta, a ida de Jânio para a presidência da República foi um salto. Assim, ele entrou para a história como o político que fez a carreira mais meteórica de seu tempo. Em 13 anos, ele foi de vereador a presidente. 
Antes de chegar ao Planalto, como fenômeno eleitoral, ele elegeu-se ainda deputado federal pelo estado do Paraná, em 1958, mas viajou para o exterior e não participou de nenhuma das sessões do Congresso. 
Ao retornar, preparou sua candidatura à presidência, com apoio da União Democrática Nacional (UDN). Conquistou grande parte do eleitorado prometendo combater a corrupção e usando uma expressão por ele criada: varrer toda a sujeira da administração pública. Seu símbolo de campanha era uma vassoura. Utilizou como mote da campanha o "varre, varre vassourinha, varre a corrupção".

Foi eleito o 22º presidente em 3 de outubro de 1960, para o mandato de 1961 a 1965, com 5,6 milhões de votos, considerada a maior votação obtida no País até então. Ele venceu por uma diferença de mais de 2 milhões de votos o candidato apresentado pelo presidente Juscelino Kubitschek, o marechal Henrique Lott, ex-ministro da Guerra. Uma vitória espetacular.
Naquela época, as regras eleitorais estabeleciam chapas independentes para a candidatura a vice-presidente. Por esse motivo, João Goulart, o vice de JK e líder do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), foi reeleito.
Uma sucessão de crises
Em seu governo, Jânio Quadros atuou com algumas frentes que causaram muita polêmica e que são lembradas até hoje. Ele deu continuidade à política internacional, restabelecendo relações diplomáticas e comerciais com a União Soviética e a China, algo impensável dentro da geopolítica de então, que dividia o planeta em dois gigantescos pólos ideológicos.
Também nomeou o primeiro embaixador negro da história do Brasil e homenageou Che Guevara com a mais alta condecoração do país, a Ordem do Cruzeiro do Sul. Jânio criou as primeiras reservas indígenas, como o Parque Nacional do Xingu, e os primeiros parques ecológicos nacionais, entre eles o de Sete Cidades, no Piauí. 
Ele teve também atitudes prosaicas na presidência. Governava por bilhetinhos e chegou a proibir as rinhas de galo, o uso de biquíni em concursos de miss que fossem televisionados e o lança-perfume em bailes de carnaval. Também regulamentou o jogo de carteado. Essas medidas continuam em vigor até hoje. 
Um salto para o golpe
Mais rápida que a ascensão, foi a queda de Jânio. Ele fez um governo-relâmpago, em seu curto mandato de presidente, de 31 de janeiro de 1961 a 25 de agosto de 1961, quando renunciou. Até hoje sua renúncia não foi completamente esclarecida. A resposta para o seu gesto desafia os historiadores.
Já quem avalie que ele renunciou em busca de mais poder, pois seu plano original seria retornar nos braços do povo. Há também uma versão, pendendo mais para o humor, de que ele estava de porre.
O fato, no entanto, é que em sua breve gestão de apenas sete meses, Jânio Quadros praticou uma política econômica e uma política externa que desagradou profundamente os políticos que o apoiavam, setores das Forças Armadas e outros segmentos sociais.
Sua renúncia, que ele próprio atribuiu a “forças terríveis”, desencadeou uma crise institucional sem precedentes na história republicana do país, porque a posse do vice-presidente João Goulart não foi aceita pelos ministros militares nem pelas classes dominantes.
A crise política
O governo de Jânio Quadros perdeu sua base de apoio político e social a partir do momento em que adotou uma política econômica austera e uma política externa independente. 
Na área econômica, o governo se deparou com uma crise financeira aguda causada por intensa inflação, déficit da balança comercial e crescimento da dívida externa. O governo adotou medidas drásticas, restringindo o crédito, congelando os salários e incentivando as exportações.
Mas foi na área da política externa que o presidente Jânio Quadros acirrou os ânimos da oposição ao seu governo. Jânio nomeou para o ministério das Relações Exteriores Afonso Arinos, que se encarregou de alterar radicalmente os rumos da política externa brasileira. 
O Brasil começou a se aproximar dos países socialistas. O governo brasileiro restabeleceu relações diplomáticas com a União Soviética (URSS).
Atitudes de menor importância também tiveram grande impacto, como as condecorações oferecidas pessoalmente por Jânio ao guerrilheiro revolucionário Ernesto “Che” Guevara e ao cosmonauta soviético Yuri Gargarin, além da vinda ao Brasil do ditador cubano Fidel Castro.
Renúncia foi uma denúncia
Para seguidores de Jânio, como Gastone Righi, deputado federal (já falecido) por quatro legislaturas por São Paulo e ex-presidente nacional do PTB, não houve uma renúncia, mas sim uma denúncia.
A denúncia, segundo ele, era a de que o país era ingovernável. O sistema político, as organizações administrativas e do estado, a Constituição e as instituições eram todos modelos importados, sem qualquer eficácia ou qualquer funcionalidade para o país e o resultado só poderia ser o caos.
Se foi uma denúncia, ela não encontrou eco.
Direitos políticos cassados e prisão
Acusado de direitista pela esquerda, não era bem visto, no entanto, pelos militares que tomaram o poder em 1964. Ele foi um dos três ex-presidentes a ter seus direitos políticos cassados ao lado de João Goulart e Juscelino Kubitschek. 
Após fazer declarações à imprensa em Recife, Rio de Janeiro e São Paulo, em julho de 1968, o ex-presidente foi detido pelo Exército Brasileiro, por ordem do então ministro da Justiça,  Gama e Silva, ficando confinado em Corumbá, cidade que fica no Pantanal sul-mato-grossense, na fronteira com a Bolívia.
Jânio recuperou os direitos políticos em 1974, mas manteve-se afastado das urnas inclusive nas eleições legislativas de 1978, ano em que seus simpatizantes (agrupados sob o denominado "Movimento Popular Jânio Quadros") o levaram a visitar o bairro paulistano de Vila Maria, tradicional reduto "janista". 
O uso da mesóclise
Jânio era um especialista em língua portuguesa, e um mestre na colocação dos pronomes, em especial os oblíquos. Um frasista inspirado (“O povo será a um tempo minha bússola e o meu destino.”; “Bebo-o porque é líquido, se fosse sólido comê-lo-ia.”; “Intimidade demais provoca duas coisas que odeio: filhos e aborrecimentos.” )
Seu modo de falar, encandindo as sílabas, fazia com que suas frases ficassem para sempre gravadas na memória do interlocutor. E muitas caíram também no anedotário nacional, como a “fi-lo porque qui-lo”, sobre sua renúncia. Deixou uma obra literária. Seu dicionário, sua gramática e sua história do povo brasileiro são trabalhos que se inserem na cultura nacional de todos os tempos.
Como lembrou o escritor Arnaldo Niskier, ex-presidente da Academia Brasileira de Letras, Jânio foi um professor de um zelo inexcedível pela língua portuguesa. “Ele marcou sua vida por uma sucessão de surpresas, a começar pelas frases bem elaboradas, em que se divertia com a colocação de mesóclises, em geral para significar o seu apreço pela língua”, destacou.
O ex-presidente faleceu em 16 de fevereiro de 1992, em São Paulo, onde viveu quase toda a sua vida, depois de sofrer vários AVC’s. Tinha 75 anos. Já havia se despedido da vida pública e vivido também o seu entardecer na política, depois de exercer o segundo mandato de prefeito da capital, de 1986 a 1989, derrotando nas eleições de 1985 o sociólogo Fernando Henrique Cardoso.  
Livros que falam de Jânio
Desde a morte de Jânio, em 1992, apareceram vários livros tentando  jogar alguma luz sobre a lendária figura do ex-presidente. Em 1996, saíram três de uma só vez: A Renúncia de Jânio (Rio de Janeiro, Revan, 1996), do jornalista Carlos Castello Branco, que foi seu secretário de Imprensa. Também foi lançado Jânio Quadros – Memorial à história do Brasil (São Paulo, Rideel, 1996), coleção de artigos de e sobre Jânio, cujo ponto alto é o texto de recordações do neto do ex-presidente. 
Outro livro que foi bem recebido pela crítica foi o Viagem com o Presidente Eleito (Rio de Janeiro, Mauad, 1996), de Joel Silveira, no qual o jornalista consigna, com talento e graça, as recordações da viagem que fez com Jânio logo após a eleição de outubro de 1960. 
Em 2013, o jornalista e pesquisador Bernardo Schmidt lançou a biografia “Jânio – Vida e Morte do Homem da Renúncia”.
A renúncia de Jânio por ele mesmo
A especulação mais recorrente sobre a sua renúncia é a de que ela representava mais um dos atos espetaculares característicos do estilo de Jânio. Com ela, o presidente pretenderia causar uma grande comoção popular e o Congresso seria forçado a pedir seu retorno ao governo, o que lhe daria grandes poderes sobre o Legislativo. Não foi o que aconteceu, porém. A renúncia foi aceita e a população se manteve indiferente.
Muitos anos depois, o próprio ex-presidente declarou, em entrevista, sobre aquele gesto dele que deixou o país perplexo:
- Deodoro da Fonseca renunciou; Ruy Barbosa renunciou; Getúlio renunciou. De modo que estou muito bem acompanhado num país em que não se renuncia a nada.
Este era o Jânio Quadros que o Brasil conheceu!
Por Zózimo Tavares
zozimotavares@cidadeverde.com