domingo, 9 de dezembro de 2018

DRUIDA


 Tudo é possível no universo divino. Muitas das almas encarnadas no planeta Terra já viveram outras experiências no passado muito diferentes das suas realidades atuais, voltando a encarnar algumas vezes para evolução espiritual ou, ainda, ajudar na transição para esferas vibratórias mais sutis em que o planeta se encontra. E, como sabemos, nossa alma traz de outras vidas algumas características essenciais, que fazem parte da construção psicológica e mental da experiência que programamos viver agora. Claro que, grande parte daquilo que constrói a nossa mente e a sensação que adquirimos da vida vem das experiências individuais que acumulamos, porém, trazemos muitas inclinações e aptidões que foram desenvolvidas em vivências anteriores.
Se você se interessa por filosofia, pelo universo misterioso e oculto e tem uma ligação profunda com a natureza e a vida humana, você pode ter sido um sacerdote Druida no passado.
Falar dos Druidas no transporta a tempos muito antigos, milênios antes de Cristo, um universo tão mágico quanto real e que que está ligado ao nascimento da Europa.
Praticamente tudo que é conhecido sobre os Druidas foi relatado por historiadores gregos e romanos que tiveram contato com os celtas, nos séculos que antecederam ao cristianismo, que descreveram esses seres como poderosos sacerdotes, sábios, conselheiros, juristas, poetas, contadores de mitos e lendas e místicos, com uma tradição inspirada pela natureza.
Os Druidas eram uma classe muito especial da sociedade Celta, que estava organizada em torno de 3 camadas sociais: o rei, os Druidas e os homens, tendo os Druidas mais importância que os próprios reis e formando uma classe poderosa dentro da sociedade Celta. Considerados sábios filósofos e dotados de dons muito especiais, eram conselheiros de reis e sacerdotes que praticavam a tradição oral para transmitir sua sabedoria. Ou seja, não utilizavam a escrita, o que favorece todos os debates históricos e falta de consenso entre historiadores e estudiosos dessa cultura.
Os interesses Druidas giravam em torno da filosofia e o conhecimento sobre todas as disciplinas. Eles estudavam os movimentos dos corpos, astronomia, ervas, leis naturais e os poderes e habilidades dos deuses, bem como todos os mistérios que envolviam a criação como por exemplo a vida depois da morte. Sobre ela, construíram um conceito avançado sobre a imortalidade da alma e a vivência de múltiplas experiências em diferentes corpos que influenciava toda a cultura Celta.
Ainda hoje muitas escolas esotéricas e religiões partilham da ideia de existência cíclica, onde a consciência seria única, imortal e eterna, descendo em diferentes corpos com objetivos evolutivos. A influência Druida e Celta no mundo ocidental é grande, pois até mesmo o Cristianismo faz referência à essa cultura e internalizou algum de seus preceitos em sua cultura, mesmo após tantas perseguições após o domínio do Império Romano na Europa.

E ENTRE OS DRUIDAS, EXISTIA ALGUMA DIVISÃO?

Todas as classes Druidas tinham suas funções a cumprir, sendo as especificidades dessas atribuições diferentes entre as seis famílias conhecidas:
  • Druida Brithem: eram os juízes, únicos conhecedores das leis Celtas.Essa classe tinha função vital na sociedade, com a missão de resolver todos os problemas e impasses entre a população.
  • Druidas Filid: mais alta classe Druida, os Filid eram místicos, descendentes diretos do cosmos com a função de intermediar o contato com o universo espiritual. Possuíam status de sacerdote e poderes especiais como cura e premonições e podiam participar de julgamentos, onde estágio mais desenvolvido era o de Mago Branco. O lendário Mago Merlin teria sido um Druida Filid.
  • Druida Liang: conhecedores de ervas e botânica, eram os médicos da sociedade e sua função estava ligada à cura dos males que abatiam a saúde dos Celtas.
  • Druida Scelaige: como a escrita era tradicionalmente proibida, os Scelaige eram pessoas que tinham como função repetir a história dos Celtas e preservar a cultura, história e as tradições. Eram como professores, incumbidos de ensinar e passar adiante toda a sabedoria que haviam acumulado.
  • Druida Sencha: ao contrário dos Scelaige, os Sencha eram entidades que deviam compreender a realidade atual, entender os fatos que estavam ocorrendo e compor novas histórias. Possuíam muito prestígio já que dominavam também a tradição, mas traziam aquilo que era novo, informações e conhecimento sobre os elementos que ajudariam na perpetuação da cultura.
  • Druidas Poetas: grandes influenciadores da tradição Celta, os Druidas poetas eram responsáveis por decorar as histórias contadas pelos Scelaiges para transmitir ao povo.

O LENDÁRIO MERLIN: O MAIOR MAGO DE TODOS OS TEMPOS

Mago Merlin é uma figura mítica que aparece nas lendas e histórias sobre o Rei Artur, como seu conselheiro, mago e profeta. Criação do cronista medieval Godofredo de Monmouth, Merlin se torna uma figura pseudo-histórica quando Godofredo incorpora seus primeiros textos sobre o mago na obra História dos Reis da Bretanha.
Merlim é conselheiro de Uter Pendragão, sendo o artífice da união amorosa entre Uter e Igraine, pais do futuro Rei Artur, sendo seu futuro conselheiro também. É citado como responsável pelo transporte das pedras usadas na construção de Stonehenge, estrutura misteriosa composta por círculos concêntricos de pedras que chegam a ter 5 m de altura e a pesar quase 50 t e que, até hoje, desafiam a arquitetura e historiadores.
Merlin tinha a capacidade de conhecer o presente, passado e futuro e o poder de transformar-se em qualquer forma: feminina, masculina ou animal. Era muito respeitado pelos seus conhecimentos em alquimia e artes ocultas, muitos superiores a qualquer outro ser da época. Assim, era visto com um Deus pelos homens comuns, devido à tanta sabedoria e dons especiais.


O DRUIDISMO MODERNO

Como vimos, a proibição da escrita na tradição Druida fez com que pouco dessa cultura sobrevivesse até os dias de hoje. Após a dominação romana os Druidas foram perseguidos,
e, a partir do momento em que a sociedade Celta desaparece, os Druidas também encontram seu fim enquanto organização social. Mas, mesmo assim, os princípios druidas são citados posteriormente por diversas culturas que interagiram com os Celtas, fazendo-os sobreviver envoltos em muito mistério e misticismo até a modernidade.
Naturalmente o druidismo pressupõem uma flexibilidade grande, especialmente no que diz respeito aos ritos, dogmas e crenças, trazendo grande liberdade na prática atual e muitas diferenças entre as correntes que, devido à herança maçônica e hermética de muitas ordens druídicas modernas, alguns praticantes crêem que só há druidismo dentro dessas ordens. Foi somente a partir dos trabalhos recentes da Order of Bards, Ovates and Druids (OBOD) e também da British Druid Order (BDO) que esse quadro começou a mudar, tornando o druidismo acessível às pessoas.
A busca por uma vida melhor é um dos principais objetivos humanos, que se esforça em entender as questões sobre nossa complexa existência e trazer conforto espiritual. No druidismo, a ideia é utilizar o conhecimento para atingir um estado profundo de consciência que, por si só, é responsável por matar nosso vazio existencial e nos tornar pessoas melhores. Autoconhecimento é então a base do druidismo moderno, assim como o aprimoramento ético e espiritual individual: ao curar o indivíduo, cura-se também a comunidade.
Essa abertura de consciência liberta o espírito da dominação e manipulação que a sociedade impõe e devolve às nossas mãos o controle de nossas vidas.

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